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Domingo, 7 de Junho de 2009
VOLTA AO MUNDO CAPITÃO MARCOS TADEU

 

 

VOLTA AO MUNDO

CAPITÃO MARCOS TADEU

http://www.veleiro.net/marcos/

A viagem de volta ao mundo durou cerca de dez anos. Iniciada em outubro de 1985, em Niterói Rio de Janeiro, terminou em abril de 1996, em Vitória Espírito Santo, lá onde eu avistei o mar pela primeira vez.

Foram aproximadamente 39.500 milhas percorridas, 141 locais visitados em 28 paises.

A tripulação básica contou com Solange Fiuza, arquiteta, do Rio de Janeiro, minha companheira de muitas viagens, que no final ficou impedida de fazer longas travessia por problemas de saúde. Vários amigos nos visitaram e acompanharam em diferentes trechos e fiz até uma travessia solo, entre as ilhas Seychelhes e Madagascar no oceano Indico.

O percurso foi mais ou menos clássico: Subida ao longo da costa brasileira com escalas em vários portos, tempo que aproveitamos para ganhar experiência nesse tipo de vida com outros navegantes e preparar o barco, sempre seguindo adiante.

As ilhas do sul do Caribe... depois a Venezuela, Bonaire, Curaçao e Aruba, e bem rápido ( todo veleiro anda rápido nesta área cheia de vento) ao Panamá, onde cruzamos o canal em 1987.

No oceano Pacifico, as ilhas Perlas no Panamá foram uma parada estratégica para treinar bem a navegação pelo sol, com o sextante, já que a navegação eletrônica dava seus primeiros passos na época. Assim, depois de conseguir “achar” as ilhas Galápagos, rumamos para as ilhas Marquesas na primeira grande travessia: Cerca de 3000 milhas de deserto liquido azul.

Nas Marquesas visitamos quase todas as ilhas, entre elas Fatu Haiva onde Thor Heyerdal escreveu seu famoso “expedição Kontiki”, e Hiva Hoa onde visitamos o tumulo de Paul Gougin que tem ao lado o de Jacques Brel, famoso cantor belga que em cuja lapide pede a todo passarinho que ai pouse, que cante para ele a sua mais bela canção. Emoções a parte sempre procurei traçar o meu rumo no rastro de um bom livro.

Thaiti no mês de Julho foi uma grande festa e o charme se Moorea, Huahine, Raiatea e Bora-Bora é algo que um velejador de mar azul não pode perder.

Em Aitutaki, nas ilhas Cook, um paraíso mais a oeste, quase perdemos o Jamaxim numa entrada mal planejada da passagem entre o mar e o lagoon. Tivemos sorte como em outras vezes...

Em novembro de 1997 depois de um mês percorrendo o arquipélago de Tonga rumamos, como o fazem os outros veleiros, para o sul, saindo da rota dos furacões. Essa é uma travessia em que as condições meteorológicas podem se complicar  e costuma ser palco de vários dramas que custaram a vida de bons navegadores inclusive a de alguns amigos. Tivemos a nossa cota de mau tempo, mas “Moana” nos deixou passar para conhecer o belo país que é a Nova Zelândia. Gostamos muito e ficamos um ano e meio. Fizemos bons amigos, trabalhamos e equipamos o barco. Tem certos lugares em que fica difícil de partir, as raízes crescem rápido...

Mas em Abril de 1989 “Jamanxim” partia para ilhas Fiji com motor e balsa salva vidas novos, navegação eletrônica, etc. Um outro barco!

Um livro inteiro poderia ser escrito sobre a vida selvagem exótica dos arquipélagos do SW do Pacifico, e os mergulhos e caçadas submarinas foram como nos livros. Depois então das ilhas Vanuatu e Nova Caledonia, Brisbane na Austrália foi nosso porto de entrada para a fantástica barreira de corais.

Amarramos o barco no rio, bem no centro desta bela cidade e passamos a viver a vida urbana local. Aproveitamos para trabalhar e reforçar a caixa de bordo ($). Ir ao cinema, museus, festas e viver a vida apressada, “sujar” o pulmão nos engarrafamentos, só para ter motivo de sobra para continuar navegando.

A costa australiana é enorme, selvagem e bela. Levamos todo ano pra chegar a Darwin antes de mergulharmos no fascinante sudeste Asiático, que nos engoliu pelos quatro anos e meio seguintes.

As ilhas da Indonésia: Timor, Flôres, Lombok, Komodo, Bali, Java e Sumatra... a adrenalina flui, há perigos para um casal no seu velerinho, mas isso não e para aqueles que não gostam de se arrepiar. E de repente... a ultra tecnológica Singapura, boa para conseguir aquela ultima novidade em equipamento eletrônico, pegar a correspondência ( eram os tempos pré-e-mails) ou, ir ao médico. No estreito de Malaca, navegando entre Malásia e Thailandia na monção de NE ou quietinhos rio acima durante a monção de SW, é preciso talvez um tsunami para se abandonar o local. O vento soprando da terra, a água quente e clara, praias de cinema, comida ótima, povo simpático de cultura muito interessante e europeus mochileiros, querendo embarcar para ver tudo isso, explicam o porque de tão longa escala.

Mas o navegador de mar azul quer sempre saber daquelas ilhas mais alem do horizonte, sente a repetição de tudo depois de duas temporadas em um lugar e quer “conquistar” seu caminho negociando dia e noite com Eolo, Netuno, Moana ou Yemanjá.

Vamos, que ainda faltam no mínimo dois oceanos para acabar o mundo!

Após uma travessia complicada da parte leste do Indico devido ao ciclone “Marlene”, retardatário e semi-estacionário, passamos (eu e um casal de jovens holandeses) todo um mês no atol de Chagos. São mil milhas do próximo supermercado, carros ou dos famigerados birôs de imigração. É preciso pescar o peixe e fazer o seu pão de cada dia. Para encontrar estes coqueiros tive que desempoeirar o sextante já que o GPS (Panasonic) não funcionou.

A passagem até a capital das ilhas Seycheles foi tranqüila e aí desembarcaram os holandeses.

Na primeira noite da minha travessia solo, até Madagascar, estourou o estai, e a genoa panejava horizontal lá no topo do mastro! Um estai largável improvisado um pouco antes da partida salvou o mastro.

Voltei para reparar e fiz então uma das mais interessantes passagens de toda a viagem.

No NW do Madagascar, um lugar chamado Nosy-Bé: Outro canto do mundo que deu vontade de ficar. Natureza intacta! Turismo incipiente. Como estará Hoje? Fiquei alguns meses, fiz viagens de ida e volta até aos arquipélago das ilhas Comoras,  transportando gente e rum, antes de seguir para o continente africano onde aterramos em Pemba, norte de Moçambique. O país recuperava-se lentamente de uma longa guerra e o navegador não pode esperar que a sinalização náutica esteja funcionando. Experiência ajudou, o cartão da sorte foi usado e também a paciência, para 32 horas em capa  contra um SW, antes de Richard`s Bay, na África do Sul.

Demoramos uns três meses para negociar a passagem da costa leste até Cape Town, afinal  todos devem saber das famosas ondas anômalas que podem ocorrer ao sul de Durban, e também porque no país tem muito o que se ver e o navegante é muito bem recebido.

Tive um tripulante francês e um outro suíço para atravessar o Atlântico Sul. Foram trinta dias até Vitória, Espírito Santo, onde chegamos em 10 de abril 1996.

Nas primeiras semana após a chegada foi difícil me segurar para não continuar só viajando. Afinal e tão mais simples e objetiva está vida do que viver em terra...

FONTE: http://www.veleiro.net/marcos/



publicado por www.youtube.com/malgatodemateus às 11:14
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